Istambul é o nome moderno da antiga Bizâncio e da famosa Constantinopla, tão presente na história do mundo, situada metade na Europa e metade na Ásia. É a maior cidade da Turquia, a quarta maior do mundo, com mais de 14 milhões de habitantes. A maioria da população é muçulmana, mas também há um grande número de laicos e uma minoria de cristãos e judeus.
É uma cidade muito bonita, com inúmeras mesquitas e seus minaretes, boa comida, povo até gentil e lugares imperdíveis de se conhecer.
As 4 grandes atrações são: a Hagen Sophia, a Mesquita Azul, o Palácio Topkapi e o Grand Bazar.
Mas vamos primeiro entender Istambul: é uma cidade grande, com tráfego terrível, bairros bem distintos e distantes entre si. O Bósphoro divide a cidade em duas. A parte antiga fica no lado europeu e a parte moderna fica no lado asiático.
A primeira decisão é onde ficar e aí não existe dúvidas que o melhor é ficar na parte antiga, especificamente no bairro de Sultanahmet, de onde se pode conhecer as grandes atrações a pé. Nela está uma das praças mais impressivas do mundo, a Sultanahmet Square, grande, bonita, cuidada, tendo de um lado a Basílica de Santa Sofia, hoje chamada de museu e de outro a Mesquita Azul, duas maravilhas que, por si só, valem a viagem à Turquia. Este bairro também é cheio de restaurantes, tem certa vida noturna, muito artesanato e lojas de tapetes e tudo o que o turista gosta.
Existem as chamadas casas Otomanas, que são antigas mansões transformadas em hotéis boutiques, com preços bem razoáveis e, de um modo geral, muito agradáveis. É claro que também existem hotéis de tudo que é tipo.
Muitos restaurantes ficam no último andar de seus hotéis ou prédios e, à noite, podemos jantar com a vista da Santa Sofia e da Mesquita Azul iluminadas. melhor ainda se estiver um pouco frio, pois eles distribuem mantas e pequenos cobertores para nos esquentarmos, tudo muito típico e agradável. E a comida ainda é boa.
O centro da cidade fica do outro lado, já na parte asiática, bairro chamado de Beyoglu. Vale um passeio e uma caminhada. Talvez seja melhor não andar por lá mais tarde, à noite, por questões de segurança.
Depois do centro e, então, já estamos com cerca de 1 hora de táxi de Sultanahmet, fica Taksin que é uma parte mais nova e onde estão os grandes hotéis de rede.
O Bosphoro conecta o Mar Negro com o Mar de Mármara e divide as duas partes de Istambul. Existem inúmeros passeios de barco, sempre lotados, para quem gosta deste tipo de passeio. Ás margens do Bosphoro, na altura de Taksin, no lado Europeu, fica o Palácio de Dolmabahce, belíssimo e que foi o principal centro administrativo do Império Otomano.
Mas vamos comentar um pouquinha as grandes atrações:
– Hagen Sofia
É bonita, suntuosa e histórica. Foi uma Catedral Ortodoxa, posteriormente convertida em Basílica cristã, mais tarde transformou-se numa Mesquita e hoje transformada em museu.
Mesquita Azul – Istambul
É a mais bonita e impressiva Mesquita do mundo, com grande harmonia e elegância. Construída entre 1609 e 1616, para ser mais imponente e bonita que a Igreja de Santa Sofia, localizada na sua frente, na mesma praça.
Palácio Topkapi
É outra atração imperdível de Istambul. Ocupa uma enorme área, com cerca de 700.000 m2, possuindo 3 portas: 1ª – Porta Imperial 2ª – Porta da Saudação 3ª – Porta da Felicidade.
A entrada principal é a Porta da Saudação e o Palácio é dividido em várias salas de exposição, com objetos de ouro, jóias cravejadas em pedras, roupas, utensílios variados e relíquias sagradas. A sala mais famosa é a sala do Harém.
Grand Bazar
O Grad Bazar é um enorme mercado coberto, tido como o maior do mundo, também um dos mais antigos, aberto desde 1461, situado na parte histórica de Istambul. Tem mais de 60 ruas e cerca de 4000 lojas. As lojas estão agrupadas de acordo com os tipos de mercadorias que vendem, havendo ruas que só vendem produtos específicos, como pele, ouro, tecidos, artesanatos, metais, jóias, especiarias, etc.
É muito típico e comum nos perdemos dentro dele, nas suas ruelas labirínticas, o que é até bem agradável.
Mas, como em toda a Ásia, a pechincha faz parte de qualquer compra. Nas primeiras vezes achamos engraçado e divertido, mas depois fica cansativo e muito chato. No Grad Bazar somos assediados o tempo todo. Se pararmos para vermos uma vitrine, seremos perseguidos pelo dono pelos próximos minutos. E são insistentes.
Aliás nas ruas de Istambul somos também assediados o tempo todo. Ainda nos dizem: “não sou guia, nem dono de loja, só quero ajudar você” e dê-lhe insistência para irmos numa loja específica. Não adianta dizer não em voz alta ou falar um língua pretensamente desconhecida deles, como o português. Eles falam todas as línguas e não desistem facilmente. Mas nunca me senti intimidado, como me senti no Cairo, apenas incomodado.
A Turquia é um país predominantemente muçulmano, mas tinha um governo laico, com tolerância religiosa, fazendo uma transição entre o ocidente e o oriente, entre a Europa e a Ásia. Isto refletia, inclusive, na vestimenta das mulheres, mais coloridas e descontraídas do que em outros países muçulmanos. Porém, nos últimos tempos, o governo deu uma guinada em direção ao islamismo, o que tem desagradado os militares, gerando instabilidades políticas, atos de terrorismo e uma certa insegurança geral. Talvez um fator importante na desestabilização política tenha sido o grande número de refugiados que chegaram à Turquia, fazendo dela, junto com a Grécia, os principais locais de chegada destes refugiados.
Estou escrevendo em julho de 2016, após o ataque terrorista ao aeroporto e em plena revolta militar. Mas tenho passagem comprada para revisitar a Turquia no início do próximo ano e não cogitei de desistir.
Jorge Ilha Guimarães